
Recentemente, li um livro chamado “O Palhaço e o Psicanalista: Como escutar os outros pode transformar vidas” do Christian Dunker e Cláudio Thebas. Cheguei nesse livro depois de algumas pesquisas na Amazon sobre a “arte de escutar”, pois queria entender um pouco mais sobre a escuta ativa, sobre a escuta empática e como podemos melhorar a habilidade da escuta no dia a dia.
No âmbito corporativo muito se fala no desenvolvimento das “hard and soft skills” e, para mim, a escuta ativa claramente se enquadra como uma “soft skill”, inclusive muito negligenciada por nós que vivemos em uma sociedade em que o poder da fala, da argumentação e do discurso é extremamente valorizado.

Pois bem, no livro do Dunker e do Thebas há inúmeros ensinamentos quanto à escuta, além de exercícios sugeridos para melhor ser escutado e como melhor escutar. Em um capítulo específico chamado “Três Perguntas Mágicas” os autores contam uma dinâmica que aplicaram com crianças em idade escolar e como utilizaram o “jogo das perguntas” para diminuir a ansiedade da fala das crianças e para que elas valorizassem, também, o poder da escuta desde a infância.
E nós, na qualidade de Gestores, Líderes e Colaboradores, como podemos no cotidiano passar a escutar melhor? Inspirada no livro, testei uma dinâmica de escuta com os times que eu trabalho e o resultado foi surpreendente!
A dinâmica era muito simples, antes de começar uma reunião de Alinhamento de Lideranças, coloquei a seguinte pergunta na apresentação: “Como você está se sentindo hoje?”.

Confesso que, considerando o modelo remote first de trabalho e, com o fim de gerar interações, gosto de inserir alguns “quebra-gelo” nos inícios de reuniões. A ideia é que alguém começasse respondendo a pergunta e que, em sequência, escolhesse a próxima pessoa a responder a mesma questão.
Como esperado, uma participante da reunião começou a falar como estava se sentindo e, quando finalizou, escolheu o próximo a falar. Porém, antes do próximo participante começar a contar sobre como estava se sentindo, pedi para que, antes disso, o mesmo fizesse duas perguntas à participante anterior a respeito de algo que ele tinha acabado de falar.
E é aí que notamos como a escuta pode ser deixada de lado sem sequer percebemos. Como o segundo participante da dinâmica estava pensando no que ele próprio ia falar, acabou não prestando atenção na fala anterior, precisando improvisar perguntas genéricas. Em sequência a dinâmica continuou, dessa vez com todos os participantes prestando muito mais atenção à fala do outro, já que sabiam que teriam que fazer perguntas específicas. Por fim, o que foi mais incrível é que as perguntas formuladas entre os próprios membros da reunião foram extremamente criativas e genuínas, gerando muito mais entrosamento, profundidade e conexão entre os participantes, sendo que a reunião principal aconteceu de uma forma muito mais leve.
Parece simples, e é! Nas palavras dos autores acima citados, “O jogo das três perguntas realiza estas três proezas: coajura um campo de identificação, isso permite ver no outro aspectos antes ocultos e, finalmente, transforma o modo competição em modo cooperação!
A real escuta não é fácil, demanda muito treino, demanda correr riscos em escutar o que não se quer ouvir, porém é um ato que promove muito mais conexão, além de interações que podem trazer resultados incríveis, tanto na vida pessoal quanto profissional. A notícia boa é que escutar com qualidade é algo que pode ser aprendido, assim, aos pouquinhos, vamos melhorando as nossas soft skills para ajudarmos na construção de ambientes cada vez mais saudáveis e acolhedores. E aí, o que acha de perguntar e escutar mais? 🙂
Obs. Caso você queira um conteúdo extra, recomendo fortemente assistir esse vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=Tw_2On1OsZg)! Para reflexão.

Thaís Consiglio
Acompanhe minha jornada no Instagram e LinkedIn. Com mais de 10 anos de trajetória profissional, comecei no Direito com destaques nas áreas de Direito Civil, Empresarial e Regulatório. Hoje, meu foco está na atuação estratégica e inovadora no mundo corporativo, onde utilizo minha experiência para direcionar negócios, tomar decisões eficazes e liderar equipes. Meu propósito é construir ambientes de crescimento, respeito e valorização, impactando positivamente tanto pessoas quanto negócios.